Por: Rüdiger Dahlke
Foi sobretudo C. G. Jung quem, nos tempos modernos de nossa cultura, ocupou-se com as mandalas e descobriu que elas surgem como imagens interiores espontâneas, particularmente em situações críticas de caos interior; e são, por assim dizer, uma tendência autocurativa da alma, como por exemplo, nos casos de psicoses e eclosões agudas de neuroses. Por isso, ele ressalta o fato de que o estilo gótico, com as suas rosáceas, tenha aparecido numa época de profundo caos exterior; basta apenas pensar nas cruzadas e na inquisição.
Não seria, pois, surpreendente que, ao lado das experiências de cura do homem (microcosmo), estas também existissem para a cultura ou até mesmo para o mundo (macrocosmo).
Na realidade, segundo a máxima de Hermes Trimegisto (assim em cima como embaixo), estamos à espera dessa concordância entre microcosmo e macrocosmo. Desse modo, o enorme interesse pelas mandalas observado atualmente, e seu crescente aparecimento na arte e nos exercícios de meditação, ganhariam um sentido.
Porque, sem dúvida, estamos vivendo hoje novamente uma época que se perde cada vez mais nas aparências e deixainsatisfeita a alma dos homens. A crescente unilateralidade de nossas avaliações, relacionadas, por seu turno, com a unilateralidade do nosso pensamento, expressa bem essa situação.
É claro que nosso cérebro foi feito para pensar e, por isso, deveríamos ser capazes de reconhecer que o nosso problema está nele.
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