sexta-feira, 1 de julho de 2011

O MUNDO DAS ROSÁCEAS - MANDALAS NA IGREJA

O simbolismo ligando tempos e culturas

Por Rüdger Dahlke

Se lembrarmos da universalidade do símbolo da mandala e tivermos presente que só existe uma única verdade e uma única Fonte onde todas as religiões beberam, causará espanto a delimitação, a exclusão e a depreciação recíprocas entre as religiões, hoje tão comuns.

Embora a nossa religião Cristã se volte com vevemência contra a alquimia, chama a atenção o fato de as igrejas antigas estarem repletas de símbolos alquímicos. Se a astrologia é uma "superstição diabólica", por que então há tantos símbolos astrológicos nas catedrais?

Na verdade, cada segunda rosácea gótica é construída com base na "chave dos doze", e contém a representação dos doze signos zodiacais.

A união do retângulo (enquanto símbolo da matéria representa o finito) com o círculo (enquanto símbolo da unidade representando o infinito) corresponde à estrutura doa iantras orientais. Essa mesma união encontramos  o Islã e também nos portais das catedrais e, sobretudo, nas rosáceas.

Alguns dos santos cristãos carregam instrumentos estranhos que reconhecemos facilmente como alambiques alquímicos, como por exemplo, os anciãos do Apocalipse na catedral de Santiago de Compostela.

Na igreja espanhola de San Juan de la Pena - um convento e um lugar de peregrinação -, Há um alto-relevo no qual se reconhece nitidamente um atanor, o forno usado na alquimia, e a rosácea de Notre Dame em Paris é chamada ainda hoje de "rosa dos alquimistas".

*Iantra é a denominação empregada ainda hje na Índia, no Tibete e no Nepal para as mandalas usadas em rituais religiosos; tanto o iantra grande (como fundamento de templos) quanto o pequeno (pintado para ajudar na meditação) estabelecem o contato entre o divino (o círculo, ou seja, o ponto) e o mundo polar (o quadrado).

Abaixo, um iantra (ou yantra).




Catedrais com mandalas:





Será que é realmente "por acaso" que os símbolos dos quatro evangelistas - representados por toda parte - corresponde exatamente à cuz fixa do zodíaco: leão, águia (enquanto escorpião redimido), anjo (aquário) e touro, e que estes, também "por acaso", simbolizam os quatro elementos da antiguidade (fogo, ar, água e terra)? Creio que não! Supõem-se de que os construtores e planejadores das primeiras igrejas, sobretudo as catedrais, conheciam mais do que os seus atuais administradores.

Lao-tsé disse: "a capacidade de reconhecer a fonte do antigo conhecimento é chamada o 'fio vermelho' que nos conduz ao longo do caminho". 

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